domingo, 31 de outubro de 2010

Qualquer dia, eu também pod!

Ora aqui está um conceito que me encheu as medidas: o do Whitepod Resort - www.whitepod.com -, em Les Cerniers, na Suíça, que alia a preocupação ecológica à vertente design, fazendo de uma estadia nas montanhas uma experiência realmente inovadora.

A ideia por detrás do conceito pod surgiu de Sofia de Meyer, uma das responsáveis pelo eco-resort, que viu nas tendas geodésicas usadas para investigação científica em zonas climatéricas difíceis, estruturas interessantes para associar ao turismo. Colocados em cima de bases de madeira a 1.700 metros de altitude, os pods oferecem vistas panorâmicas soberbas sobre o coração dos Alpes Suíços e condições de conforto bastante surpreendentes, tendo em conta o objectivo de menor impacto ambiental possível.

O isolamento do frio exterior é naturalmente provido pela própria estrutura, que em termos de impacto paisagístico não podia estar melhor enquadrada - branca no Inverno, verde no Verão. No interior foram instaladas salamandras a lenha que proporcionam calor e comodidade adicionais. A decoração de cada quarto teve por base peças de mobiliário local de onde foram excluídos todos os materiais não biológicos. A roupa de quarto e de banho é orgânica - em algodão e fibras naturais -, sendo mudada apenas se solicitado, e mesmo a casa-de-banho, não disponível com duche em todas as versões de pod, está ligada a uma fonte privada de água. Desnecessário será dizer que a iluminação é feita por lanternas e no pod mais especial, o topo da estrutura foi revestido a vidro para que, se assim desejado, seja possível adormecer a olhar para as estrelas.

Dependendo do tamanho do grupo (um casal, uma família ou mesmo um grupo de amigos), assim é o tamanho do pod e claro, o preço associado à estadia. Serviços adicionais de recepção e de restauração, só no chalet central, situado não muito longe do pod camp. E porque é de Alpes que se trata, as pistas para os desportos de Inverno estão logo ao lado. Mais descrição para quê?





Memorable quote - Sri Nisargadatta Maharaj

"Faz aquilo em que acreditas e acredita naquilo que fazes. Tudo o resto é perda de energia e tempo."

Aprender com o que de bom se faz lá fora

Foi agradável a surpresa que tive recentemente no centro comercial Vasco da Gama quando me dei conta de que há livros para partilha no espaço de restauração, entretanto renovado. Discretamente arrumados em estantes de cartão amovíveis, os volumes estão estrategicamente colocados junto a pequenos sofás e cadeiras, podendo ser consultados por qualquer pessoa e sem qualquer constrangimento.

Através de um contacto breve para o balcão de Informações do espaço fiquei a saber que se trata de uma experiência em curso, para perceber a permeabilidade dos utilizadores do centro comercial à ideia. Na minha modesta, e talvez ingénua, vontade, espero que o teste resulte e se espalhe a mais locais do género. É algo que já se faz, com grande sucesso, noutros países da Europa - nomeadamente em estações de transportes públicos - e que, se bem dinamizado, pode servir de plataforma de contacto a vários níveis.

sábado, 30 de outubro de 2010

"So nice"... Como a música

Sozinha em casa, a saborear um dos raríssimos dias em que não há companhia. Não há gente a entrar ou a sair. Nem portas a abrir e a fechar. Quando não estão a bater. Sem ruído de fundo a não ser a Diana e o piano. Sem horários. Muita leitura e alguma escrita, sem interrupções nem telefones. E a chuva que cai aos baldes do céu não me chateia nada, antes pelo contrário. Podiam haver mais dias assim.

Caixeiro mas não de caixa

Ontem, numa breve passagem pelo shopping mais perto do trabalho vi uma coisa que me deixou francamente triste: ouriços à venda numa loja de animais. Sou algo avessa a este tipo de comércio, defendo que os amigos não se compram, mas ouriços em caixas confesso que nunca tinha encontrado.

Também um dos colegas que estavam comigo pareceu admirado. Partilhou que em Inglaterra, onde viveu alguns anos, o Governo possui um fundo para a compra destes animais, que atribui aos cidadãos que declararem necessidade para os seus quintais e hortas, já que os ouriços conseguem comer várias vezes o seu peso em insectos e vermes que, quando não devidamente controlados, dão lugar a pragas. Como também já tinha ouvido dizer algures, quando a Natureza coloca o "problema", normalmente também fornece a "solução"...

Ora, olhando para as gaiolas onde os mamíferos estavam, comecei a imaginar que atentado seria deixar levar um animal destes para uma habitação estéril, já que são bichos maioritariamente nocturnos, que procuram abrigo em pequenas tocas debaixo da terra, onde aliás hibernam durante cerca de três meses no Inverno, vim a descobrir numa pesquisa rápida que fiz, já em casa.

Isto para concluir que não me ensaio nada em voltar ao centro comercial um dia destes para fazer algumas perguntas a quem estiver a atender na loja. Afinal de contas, que tipo de regulamentação existe quanto ao tipo de animais que é permitido vender em espaços como aquele? Peixes, tartarugas, iguanas, hamsters, coelhos, porquinhos da índia, canários, piriquitos, catatuas, gatos, cães & ouriços também?!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Memorable quote - Mahatma Gandhi

"Happiness is when what you think, what you say, and what you do are in harmony."

O romantismo está vivo e de boa saúde

I was searching you were on a mission
Then our hearts combined like a neutron star collision
I have nothing left to lose
You took your time to choose
Then we told each other with no trace of fear that

Our love would be forever
And if we die, we die together
Well I, I said never
Cause our love would be forever

The world is broken, halos fail to glisten
We try to make a difference but no one wants to listen
Hail the preachers, fake and proud
Their doctrines will be cloud
Then they'll dissipate like snowflakes in an ocean

Love is forever and we’ll die
We’ll die together
Well I, I said never
Cause our love, could be forever

Now I’ve got nothing left to lose
You take your time to choose
I can tell you now without a trace of fear

That my love will be forever
And well die, we’ll die together
Will I, I will never
Cause our love will be forever


"Neutron Star Collision" - Muse

Lisboa não sabe nadar, iô...

Sair de casa e rumar ao trabalho pode revelar-se um verdadeiro perigo - para quando uma petição para ficarmos todos em casa em dias de chuva? - e a manhã de hoje foi disso bom exemplo! Graças ao dilúvio universal que se abateu, tive a travessia mais assustadora de sempre na Ponte Vasco da Gama e, mesmo chegada à Margem Norte, o sossego foi pouco maior, já que grande parte das vias e túneis por onde passei mais pareciam rios e barragens à beira do rebentamento súbito.

Acabei por fazer os cerca de 17 km do percurso a 50km/h, de vidros totalmente embaciados graças ao nervoso miudinho, com os limpa pára-brisas quase a perder-se pelo caminho e os 4 piscas ligados, a única forma de evitar parar na berma (que não existe) e esperar que o carro não fosse levado pelo vento e Tejo abaixo...

Preocupada com o que tinha planeado para fazer de manhã - e que em grande parte não se concretizou porque toda a gente ficou retida algures -, nem me ocorreu que cenário igual se estendia à Baixa Pombalina, sendo que as imagens que já vão circulando no e-mail atestam o pandemónio... Veneza, mas mais perto.


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Memorable quote - Pensamento tibetano - Anónimo

"Tudo aquilo que alguém diz que é URGENTE, é algo que algum imbecil deixou de fazer em tempo útil e quer que você se trame para deixar pronto em tempo recorde.”

Ai Weiwei na Unilever Series

Tomei ontem conhecimento da realização de uma iniciativa particularmente interessante que não resisto a publicar aqui! Trata-se da mais recente instalação escultural da já conceituada Unilever Series, exposta anualmente e de forma gratuita na Turbine Hall da Tate Modern, em Londres.

Este ano, o artista convidado foi o chinês Ai Weiwei e a proposta por este deixada tem o nome "Sunflower Seeds". Para quem não conhece a iniciativa, basta dizer que todos os anos a marca Unilever comissaria um artista plástico a instalar algo surpreendente na reputada galeria inglesa, sendo que desde há algum tempo que a iniciativa é um enorme sucesso, pois quase todas as ideias apresentadas têm sido realmente inovadoras.


Imagine-se então o que são 100 milhões de sementes de girassol a cobrir a superfície da sala de exposições e com as quais é possível o contacto - uma experiência realmente sensitiva num espaço onde normalmente pouco ou nada se toca ou mexe! Até estou a imaginar os alarmes... Depois, todas e cada uma destas sementes não são orgânicas, mas sim resultado de um trabalho manual, feito em porcelana, por centenas de artífices chineses instalados em oficinas da cidade de Jingdezhen, que depois de as moldar também as pintaram. Cada semente é, portanto, única e o padrão formado no final permite interpretações improváveis.

"It's a work about mass production and repeatedly accumulating the small effort of individuals to become a massive, useless piece of work." - Ai Weiwei

Fiquei admirada não só com a dimensão do projecto, mas com a possibilidade de interacção do próprio público visitante, algo não muito comum em mostras do género. Infelizmente, este mesmo contacto foi entretanto proibido pela direcção da galeria, já que a interecção das pessoas com as sementes de porcelana criava pó que, ao que parece, colocava em risco a saúde dos visitantes...


A ligação entre a porcelana e a China é directa, bem como os métodos tradicionais de produção que aqui permitem uma perspectiva alternativa da etiqueta "Made in China" aquela que foi convencionalizada. De acordo com informação disponibilizada pela Tate Modern, as sementes de girassol têm inclusivamente uma carga simbólica para o povo chinês, já que os girassóis estavam presentes nas representações propagandísticas de Mao Tse-tung durante a Revolução Cultural e a sua partilha ainda hoje é interpretada como um gesto de compaixão humana, que lembra a persistência da amizade, mesmo em tempos de repressão e pobreza extrema.

E ainda há quem diga que não aprecia Arte...

Memorable quote - "A Brilliant Mind" - John Nash

"What truly is logic? Who decides reason? My quest has taken me to the physical, the metaphysical, the delusional, and back. I have made the most important discovery of my career - the most important discovery of my life. It is only in the mysterious equations of love that any logic or reason can be found. (...) You are the only reason I am. You are all my reasons."

terça-feira, 26 de outubro de 2010

As escolhas dos adultos

Será que sou só eu a achar giro o último anúncio ao Renault Clio TCE 100 CV? O enredo não podia ser mais básico mas a subtileza da mensagem final captou-me a atenção.

Ali estão os papás e seus respectivos pópós à espera das crias que, entretanto, ouvem o toque e se precipitam para fora da escolinha, correndo na direcção dos progenitores com a energia própria das crianças. Recepção com sorrisos e braços abertos, tal e qual cenário familiar idílico. Apenas um dos papás continua sozinho. O único com um carro branco, por sinal. Curva-se ligeiramente na direcção da criança que aparece em último, pela mão da que se percebe rapidamente ser a professora do grupo, mas eis que o miúdo segue o seu caminho e o suposto pai ergue o tronco, satisfeito, para abraçar longamente a rapariga, dizendo aos restantes papás (sem abrir a boca) que quem ri por último ri melhor. "O bom de ser adulto? É que podemos fazer as nossas próprias escolhas", diz o voz off. Pois foi esta a frase que me ficou a ecoar na cabeça.

Confesso que às vezes já tenho pensado se não seria mais simples não ter hipótese de escolha. Assimilar as coisas tal e qual como elas nos são apresentadas e pronto. Afinal de contas, para quê ser adulto se depois as escolhas são tão limitadas? Levantar o rabo da cama antes de tempo e chegar a boa hora ao trabalho ou acordar com o despertador e levar com mais meia hora de trânsito (isto nos dias bons)? Entre as duas venha o Diabo e escolha. Transportar comer de casa e fazer a refeição à secretária, sem tirar a vista de cima da porcaria do ecrã do computador, ou comer fora, dar um empurrão aos níveis de gordura no sangue e gastar dinheiro que podia muito bem ser usado num infinito de outras formas? Inspirador... Qualquer um dos cenários. Ou mesmo em decisões mais graves. Ser firme e não permitir que histórias dignas de filmes de 5ª categoria façam parte das nossas relações com os outros ou render-se às evidências e simplesmente deixar andar?

Por este caminho podia aqui estar o resto da noite... E não posso. Daqui a pouco toca o despertador. O tal.