quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Aqui há miau

Bem que me senti observada... E depois olhei para cima!

Há violinos no ginásio

Há coisa de um mês entrevistei uma professora de música no âmbito de um projecto vocacional que está a ser levado a cabo com bastante sucesso e que coloca duas instituições em colaboração estreita: a Academia de Música de Lisboa (uma privada situada em Belém) e a EB 2,3 Luís António Verney (do ensino público, na fronteira entre as freguesias do Beato e Marvila).

O dito projecto prevê apenas a constituição de turmas para o ensino do violino e do violoncelo a alunos do quinto ao nono ano de ambas as instituições, mas à conta da pedagogia, da descoberta e do divertimento proporcionados pela música, têm sido vários os resultados positivos obtidos extra-escola. Um exemplo feliz, se pensarmos no ambiente reconhecidamente difícil da Verney.




Activa desde 2008, a dita "turma dos violinos" caminha já para o quarto ano consecutivo de estudo e o palmarés de reconhecimentos fala por si: 50 prémios nacionais e internacionais arrebatados por cerca de 25 alunos - e não 2 ou 3 dotados - e actuações no Centro Cultural de Belém, na Aula Magna e no Palácio de Queluz. Este ano lectivo estão inscritos 300 alunos, mais de 200 dos quais em violino e 50 em violoncelo.

Um ginásio de pavilhão repleto de crianças a tocar em uníssono é coisa de arrepiar a espinha. Estive lá, acompanhei um ensaio e sei do que falo. E agora que estou a fechar o artigo para publicação num jornal local, recordo-me também da reportagem transmitida em tempos pela SIC, que destacava a dedicação e o empenho destas crianças, o esforço enorme dos pais - nomeadamente na aquisição do instrumento necessário às aulas - e na espiral positiva a que iniciativas como esta induzem. Pelo que soube, não são raros os casos de miúdos que ainda não desistiram da escola e enveredaram pelo estigma do insucesso por causa destas aulas no ginásio...

O Concerto de Natal 2011 está agendado para o dia 10 de Dezembro, na Academia de Música de Lisboa, e eu conto lá estar!



terça-feira, 22 de novembro de 2011

Quero sempre o que não encontro!

Quem me diz onde comprar um livro infantil de pano à "moda antiga"? Não na versão almofadada e impermeável que insisto em encontrar nas lojas da especialidade...  Dos cozidos a linha e com as folhas de tecido pintadas de forma tradicional... Onde???

domingo, 20 de novembro de 2011

Prazer foi isto

O concerto "3 Pianos - Burmester, Laginha e Sassetti" que fui hoje ver ao Grande Auditório do Centro Cultural de Belém foi uma experiência que tão cedo não esquecerei. A expectativa que alimentei nos últimos dias era alta, particularmente porque já no ano passado não tinha conseguido bilhete para um espectáculo similar, mas nem mesmo assim deixei de sair inebriada com o controlo e mestria do trio de pianistas nacionais.

Burmester, magro, sério e compenetrado, demonstrou um perfil clássico e contido. Laginha, cujo sorriso de boca aberta do cartaz de programação já fazia adivinhar um espírito mais livre, tocou não só com as mãos, mas com todo o corpo - incluindo a sola do pé -, lembrando os jeitos dos muitos temas jazz a que nos foi habituando ao longo dos anos. Sassetti, uma verdadeira descoberta de charme e estilo, teve a seu cargo aquele que, a julgar pelo medidor de aplausos, foi um dos pontos maiores da tarde.



O programa, totalmente desconhecido para mim, foi variado e incluiu compositores clássicos (como Mozart e Bach), contemporâneos (Grieg, Zeca Afonso) e uma homenagem especial a três brasileiros (Gismonti, Pixinguinha e Villa-Lobos), cujos ritmos contagiantes valeram um encore maravilhoso à sala completamente cheia e relutante em sair.

Fascinaram-me a velocidade por vezes frenética das interpretações, a coordenação magistral em temas tão complexos e a boa disposição que ao longo de todo o espectáculo, mesmo nos momentos mais densos, caracterizaram a presença dos "três egos". Palavras de Burmester.


Programa

Vijag - Alan Hovhaness
Sonata KV 545 - Mozart / Grieg
Frevo - Egberto Gismonti
TRês + Um - Bernardo Sassetti
Excertos da Suite Francesa BWV 815 - Bach
Rosa - Pixinguinha
Um Choro Feliz - Mário Laginha
Era um Redondo Vocábulo - Zeca Afonso
El Salón México - Aaron Copland
Bachiana nº4 - Prelúdio e Coral - Heitor Villa-Lobos
Bachiana nº4 - Ária e Dança - Heitor Villa-Lobos


Bolero, de Maurice Ravel, numa leitura dos "3 Pianos",
tocada num espectáculo anterior

Antecipação...


Daqui a umas horas, com Mário Laginha, Pedro Burmester e Bernardo Sassetti, no concerto a três pianos, no Centro Cultural de Belém... 

Acordar tarde é um luxo

Há quanto tempo existe tempo? Quem o inventou, na forma como o conhecemos hoje? Como ficámos tão dependentes de uma noção simultaneamente tão abstracta e tão exacta? Décadas, anos, meses, dias, horas, minutos, segundos... Tão desejado quando se antecipa algo bom; maldito quando o que é bom, já era. Até há bem pouco tempo - lá está ele - a confusão que me fazia andar sem relógio...

Pensar no tempo como moeda de troca não é assim tão descabido. Afinal de contas, é fatídico: todos tivemos um princípio e todos teremos um fim. Pelo meio ninguém sabe ao certo o que existe nem por quanto se prolonga, e talvez por isso pareça tão contra natura imaginar que tal possa ser manipulado.



Ocorrem-me rapidamente os títulos de várias películas onde a variável tempo constitui uma personagem em si: "Groundhog Day", com o mesmo dia a repetir-se vezes e vezes sem conta, com fins românticos, para Bill Murray e Andie McDowell; "Forever Young", no qual Mel Gibson interpreta um viajante no tempo dedicado à sua própria causa amorosa; "Sliding Doors", em que Gwyneth Paltrow vê a vida virada de pantanas quando apanha/deixa escapar um simples metro; "The Butterfly Effect", com um perturbador Ashton Kutcher a retroceder às origens; e mais recentemente, "In Time", com Justin Timberlake, AKA "Napster" e Amanda Seyfried, AKA "Mamma Mia Girl".

Nascer com 25 anos garantidos e negociar tudo o que possa vir depois, como se faz hoje com cartões, cheques, notas e moedas... Fazer cada segundo contar. Apenas quanto baste para apanhar o autocarro e chegar ao destino a tempo. Mais do que o suficiente e não saber o que fazer para o ocupar. Desperdiçá-lo da pior forma, desenhando um ponto final antes do contador chegar a zeros. Dormir até tarde... Inconcebível. Sogra, esposa e filha, aparentemente irmãs?! Tão esquisito soa quanto parece. Mas entretém.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Assim me sinto...

Pior do que ditar sentenças é cair na armadilha de as contrariar. Falar de "errado" e deixar o "certo" desaparecer ralo abaixo. Se a banheira falasse...

Os estranhos observam com ar reprovador, mesmo quando não há nada para reprovar. Quase que os vejo a abanar a cabeça. Ou então é a malvada da consciência a tomar corpo. Multiplica-se e passa a mais do que uma, ganha força. 

Mas de todas as vezes, perde.


 

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ouvir selectivamente

Ouve-te mais a ti mesma, ao teu interior, do que aos teus críticos. Os outros... Que façam eles mesmos o que te apontam.

domingo, 6 de novembro de 2011

Más notícias para o jornalismo

O grupo editorial Cofina anunciou esta semana ter decidido descontinuar a publicação da revista "Rotas & Destinos" já a partir do próximo mês, com uma última edição sobre fotografia. Uma conclusão alcançada pelos números - como são sempre - e que pessoalmente vejo deixar as bancas mais pobres.

Do outro lado do Atlântico, um repórter de imagem de 46 anos foi morto durante uma operação policial numa favela do Rio de Janeiro. Mais um profissional ao serviço da informação levado pela bala provável de um traficante.

E Andy Rooney, uma das figuras mais carismáticas do programa "60 Minutos" da CBS News desapareceu também, aos 92 anos. O homem das sobrancelhas largas e moral refilona que, entre outras "polémicas", em 1994 criticou Kurt Cobain pelo suicídio, alegando que só poderia falar de sofrimento quem viveu a Grande Depressão ou a Segunda Guerra Mundial.

Só más notícias para quem trabalha nas notícias.

Memorable quote - "O Amor Natural" - Carlos Drummond de Andrade

"O chão é a cama para o amor urgente,
amor que não espera ir para a cama.
Sobre tapete ou duro piso, a gente
compõe de corpo e corpo a húmida trama.

E para repousar do amor, vamos à cama."

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Stress e desgaste, nesta profissão??? Lá pode ser...

Se é piloto de avião, consultor de comunicação ou executivo de empresa escolheu uma das três primeiras profissões das dez que causam mais stress, de acordo com um estudo da CareerCast sobre este ano.

O site de recursos humanos considerou um estudo da Associação Psicológica Americana que diz que 70% dos trabalhadores atribuem o stress ao trabalho, e cerca de 49% culpa as preocupações com a estabilidade no emprego.

As profissões de fotojornalista, pivô de televisão e o executivo publicitário ocupam da quarta posição à sexta, respectivamente. Na sétima posição está o arquitecto seguido do corretor de bolsa, técnico de emergências médicas (9ª) e, por fim, agente imobiliário (10ª).

O estudo da CareerCast também considerou as profissões de menor stress. No primeiro lugar da lista está o otorrinolaringologista, seguido do dietista e do engenheiro de software. A pesquisa revela que o campo dos cuidados da saúde continua a ser uma grande indústria com fortes perspectivas de emprego no mercado de trabalho.

O programador informático ocupa a quarta posição na lista das dez profissões menos stressantes, seguido pelo higienista oral (5ª), o terapeuta de fala (6ª), filósofo (7ª), matemático (8ª), terapeuta ocupacional (9ª) e, por fim, o quiroprático (10ª).


As profissões que causam maior stress de 2011:

1ª Piloto de avião
2ª Consultor de comunicação
3ª Executivo de empresas
4ª Fotojornalista
5ª Pivô de televisão
6ª Executivo publicitário
7ª Arquitecto
8ª Corretor de bolsa
9ª Técnico de emergências médicas
10ª Agente imobiliário

in http://www.dinheirovivo.pt/Mercados/Artigo/CIECO012062.html