quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Não deixem morrer a livraria!

Foi com melancolia e até alguma tristeza que ouvi falar há dias da falência e encerramento da livraria The Travel Bookshop, situada em Notting Hill, junto à famosa Portobello Road. Numa das minhas últimas passagens por Londres tive a oportunidade de lá dar um pulo e fiquei rendida à oferta de guias, roteiros e ensaios turísticos, a especialidade daquela pérolazinha do comércio tradicional.

Ao que parece, os filhos do proprietário não pensam dar continuidade ao negócio da família - que já conta com 32 anos de história - e o anúncio do fecho deu entretanto lugar a um movimento de escala global, cujos protagonistas são maioritariamente poetas e escritores, na tentativa de não se deixar desaparecer o ícone livreiro. Espero sinceramente que resulte. Seria uma lástima só poder revisitar o espaço através do blockbuster que lá rodou algumas das suas cenas mais comoventes. "Good decision... Good decision...", já dizia Julia Roberts. E o "Ain't No Sunshine When She's Gone" a tocar no fundo.

Saltei da cama já com esta na cabeça

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Fotografia | "Non, rien de rien... Non, je ne regrette rien..."

(I)reconhecer o Barreiro

Há dias precisei de dar umas voltas pelo interior do Barreiro e fiquei admirada com a quantidade de obras e requalificações que encontrei feitas e a acontecer. Desde que comecei a deslocar-me exclusivamente de carro, está a fazer cinco anos, deixei de utilizar os transportes públicos e de atravessar a cidade, o que me desligou completamente das pequenas e grandes mudanças que foram acontecendo.

Pois tinha a máquina fotográfica comigo e na hora resolvi fotografar duas das que me pareceram mais impressionantes: os trabalhos na zona ribeirinha (que entretanto já chegam à freguesia da Verderena, através da Avenida da Liberdade, que acompanha o rio e desemboca no Terminal Fluvial), e as obras feitas na Escola Secundária de Santo André, a MINHA escola, agora quase irreconhecível de tão alva e tão plana...



Zona ribeirinha completamente reabilitada, com passadiço iluminado para caminhar, correr ou simplesmente estar, mesmo ao lado do rio


Espaço ajardinado nas traseiras dos Bombeiros Voluntários do Barreiro


Fachada da renovadíssima "Santo André"... Sem colunas de cimento, sem Pbx de ladrilho, sem pinturas nas paredes nem janelas de vidro escuro onde afixar as notas


O antigo cubículo do contínuo, a quem se mostrava o cartão da escola, reorientado, murado e pintado de fresco



O campo de jogos e o pavilhão de desporto, de que recordo bem os enormes bancos corridos e as barras de espaldarte, onde certo dia um professor de Educação Física nos decidiu "esticar" quase até rasgarmos as articulações (gordo, nunca me esqueci - idiota)

Era isto que tocava quando eu tinha três anos?!

sábado, 27 de agosto de 2011

Da próxima vez, segue o instinto

Se alguma vez os termos "espectáculo" e "grotesto" andaram a par, o filme "Vénus Negra", do realizador franco-tunisiano Abdellatif Kechiche, é o cúmulo ilustrativo. Longo. Pesado. Angustiante. Atrevo-me a dizer chocante.

Baseada na história verídica de Saartjie Baartan, mais conhecida por Vénus Hotentote, a película retrata de forma particularmente crua a exploração dos limites da curiosidade e da morbidez, numa altura em que os chamados shows de horrores percorriam as principais cidades europeias, levando vastas multidões a pagar bom dinheiro em troca daquilo que acreditavam ser uma aproximação ao exótico.

Escravizada, prostituída e até espiolhada por naturalistas da época, nem mesmo depois de morta Saartjie descansou com dignidade, tendo o seu corpo sido vendido ao Museu de História Natural francês pelo mesmo homem que a tinha comprado anos antes, após recusa deste em pagar o funeral da sua artista "estrela".


As consequências da ridicularização constante e da exploração de uma vida decadente, feita de infelicidade e bizarria, são retratadas no filme com especial densidade, tornando-se revoltante e tortuoso de assistir. Contribuem para isso longas cenas ininterruptas, de planos muito próximos, e a expressividade silenciosa de Saartjie, cujo rosto apático - à excepção de dois momentos - grita mais do que qualquer das restantes personagens barulhentas do filme.

A intenção do título é clara: questionar até onde chega a curiosidade humana perante algo ou alguém considerado fora do padrão. As caravanas de "aberrações" parecem ter perdido os seus adeptos no final do século XIX, mas mesmo hoje, fazendo uma pesquisa rápida no You Tube ou no próprio Livro do Guiness, se encontram exposições mórbidas semelhantes. Qual a diferença?

P.S - Não fiquei até ao fim do filme. Devia ter seguido o instinto que me "disse" que ia sair atordoada da sala. Nada de pessoal, Joana.

Pianista a Nobel

Fiquei especialmente entusiasmada quando soube que um dos "concorrentes" a prémio Nobel da Paz este ano é um músico. Daniel Barenboim de seu nome é, nada mais nada menos, do que pianista e caso seja laureado, entrará para a lista restrita de músicos agraciados pela Fundação Nobel.

O trabalho do pianista com a Orquestra Divan, por si criada há sensivelmente 12 anos, poderá assim ser alvo da maior distinção do género, sendo de sublinhar que esta inclui músicos árabes, israelitas e palestinianos. A mensagem de união harmoniosa dos povos e de necessidade de um ponto final nos conflitos no Médio Oriente é particularmente óbvia e sustenta agora a dita nomeação.

Pude entretanto ver em DVD parte do concerto de Johannes Brahms para piano que Barenboim, juntamente com Sir Simon Rattle - sucessor de Claudio Abbado - e a Orquestra Filarmónica de Berlim, deu em Atenas, corria o ano de 2004 e o que posso dizer é que nem mesmo a Acrópole no plano de fundo tira protagonismo às imagens das mãos do músico, cujo domínio completo e perfeito do teclado é de fazer suster a respiração.

O anúncio dos vencedores Nobel deste ano acontecerá a partir de 3 de Outubro, estando a cerimónia oficial de entrega dos prémios agendada para 10 de Dezembro. Excusado será dizer que vou "torcer" pelo pianista.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Da minha janela...

... o Castelo de S. Jorge...


... o Tejo e parte da zona ribeirinha...


... a Igreja de Sta. Isabel, cujo sino todos os fins de tarde me lembra que já faltou mais para deixar o escritório e rumar a casa.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A minha reportagem sobre o Perú na Across #16

Depois do simpático desafio lançado por um bom amigo, eis que a última edição da revista Across - Luxury Travel & Safaris (#16, com destaque à Amazónia) publica uma reportagem de fundo sobre o Perú - texto e imagens da minha autoria! Para quem não conhece, eis o link para o site: http://www.magazinetravelsafaris.com/. Já está nas bancas!






domingo, 21 de agosto de 2011

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Horas certas para tudo

Já tinha ouvido dizer qualquer coisa sobre cronobiologia mas confesso que depois do documentário que vi hoje à tarde, vou querer mesmo aprofundar o tema. Ao que parece, os ritmos circadianos dão-nos boas pistas de como há horas mais certas e menos certas para fazer praticamente tudo: desde comer hidratos de carbono, a fazer exercício físico, passando por obrigar o cérebro a desempenhar tarefas complexas, suportar uma consulta no dentista com menos dor ou corromper uma dieta.

Porque certas ocorrências biológicas acontecem de forma cíclica ao longo do tempo - circa diem, no latim, cerca de um dia -, somos influenciados por fenómenos como as marés, os ciclos lunares ou por diferenciais de luz e escuridão. A digestão, a pressão sanguínea, os estados de vigília, enfim, tudo parece estar ligado a... basicamente tudo.

O melhor momento para se ingerirem hidratos de carbono coincide com o arranque da manhã, uma vez que o organismo tem depois o resto do dia para absorver os nutrientes e desfazer-se dos "poluentes". Talvez assim se justifique o facto dos ingleses aproveitarem o pequeno-almoço para enfardar bacon, ovos mexidos e salsichas como se o amanhã não estivesse seguro.

O exercício físico deve ser feito de manhã, quanto mais cedo melhor, precisamente o inverso das tarefas mais complexas para o cérebro, que precisa de desenvolver algum ritmo antes de chegar ao seu pico de actividade.

Existem estudos europeus que indicam alguma universalidade numa maior sensibilidade à dor entre as 12H00 e as 14H00. Assim sendo, consultas normalmente dolorosas, como as de estomatologia, devem acontecer mais cedo: às 10H00 os médicos não estão tão pressionados por atrasos, o que deixa os pacientes mais descontraídos e permite uma menor permeabilidade à dor. Para além disso, está cientificamente provado que as anestesias locais dispersam pelo organismo mais rapidamente durante a tarde - o sangue é menos fluído de manhã -, o que leva a um pós-operatório mais difícil.

E corromper uma dieta é fácil, especialmente a um Sábado ou a um Domingo, os dias da semana em que o comum dos mortais está genericamente mais flexível e compassivo. Por falar nisso, vou ao gelado.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Fotografia | Passeio sem Sol



Fotografia | Na terra do pulo




Passeio em Barcos Dragão no Seixal

Vinte jornalistas. Um convite do Turismo de Macau. Quatro Barcos Dragão. Uma competição salpicada contra alguns dos melhores atletas do remo nacional. E um almoço a entrar pela tarde. Conversas de safaris. Iguarias com sabor a Ásia no cacilheiro ancorado na margem da Baía do Seixal. Uma manhã de Sábado à medida do arranque das férias.