Burmester, magro, sério e compenetrado, demonstrou um perfil clássico e contido. Laginha, cujo sorriso de boca aberta do cartaz de programação já fazia adivinhar um espírito mais livre, tocou não só com as mãos, mas com todo o corpo - incluindo a sola do pé -, lembrando os jeitos dos muitos temas jazz a que nos foi habituando ao longo dos anos. Sassetti, uma verdadeira descoberta de charme e estilo, teve a seu cargo aquele que, a julgar pelo medidor de aplausos, foi um dos pontos maiores da tarde.
O programa, totalmente desconhecido para mim, foi variado e incluiu compositores clássicos (como Mozart e Bach), contemporâneos (Grieg, Zeca Afonso) e uma homenagem especial a três brasileiros (Gismonti, Pixinguinha e Villa-Lobos), cujos ritmos contagiantes valeram um encore maravilhoso à sala completamente cheia e relutante em sair.
Fascinaram-me a velocidade por vezes frenética das interpretações, a coordenação magistral em temas tão complexos e a boa disposição que ao longo de todo o espectáculo, mesmo nos momentos mais densos, caracterizaram a presença dos "três egos". Palavras de Burmester.
Programa
Vijag - Alan Hovhaness
Sonata KV 545 - Mozart / Grieg
Frevo - Egberto Gismonti
TRês + Um - Bernardo Sassetti
Excertos da Suite Francesa BWV 815 - Bach
Rosa - Pixinguinha
Um Choro Feliz - Mário Laginha
Era um Redondo Vocábulo - Zeca Afonso
El Salón México - Aaron Copland
Bachiana nº4 - Prelúdio e Coral - Heitor Villa-Lobos
Bachiana nº4 - Ária e Dança - Heitor Villa-Lobos
Bolero, de Maurice Ravel, numa leitura dos "3 Pianos",
tocada num espectáculo anterior
tocada num espectáculo anterior
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