Uma notícia triste não só para o tratador do animal durante mais de 20 anos, que o encontou morto no centro de criação de tartarugas terrestres da ilha Santa Cruz, como para o Centro de Investigação Charles Darwin e para o mundo, que me parece assistir com pouca reacção ao aniquilamento da sua maior riqueza: a biodiversidade.
Apesar das implicações obviamente graves desta erradicação, foram vários os momentos em que o animal testou, com a graça e placidez que lhe eram reconhecidas, a persistência de alguns humanos na conservação da sua linha familar - uma com aproximadamente 10 milhões de anos!
Em 1993, cientistas deram início, sem sucesso, a um processo de reprodução que permitisse a Lonesome George adicionar um capítulo à história da sua sub-espécie. As tentativas sucederam-se ao longo dos anos, sempre sem resultado. Chegaram a ser noticiados processos científicos a roçar o cómico e aos quais George nunca pareceu dar a mínima importância. Lembre-se, por exemplo, a zoóloga suíça que se perfumou com hormonas de tartaruga fêmea e durante quatro meses procurou estimular a estrela do Parque Nacional das Galápagos...
Henry Nicholls, autor de um dos livros mais famosos sobre Lonesome George chegou a reportar que a tartaruga era, sim, atraída de forma irresistível pelo capacete de guerra do falecido Lord Devon, presumivelmente porque o objecto se assemelhava em muito à carapaça de uma tartaruga jovem. Obstinadamente tímido e só até ao fim, George deve agora ser embalsamado e exposto no parque onde passou parte da sua vida. As finanças do arquipélago não se compadecem com a quebra de visitantes prevista pelo desaparecimento da sua maior fonte de receita...
1 comentário:
De facto é triste. :(
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