O enredo é este. "Take This Waltz" - como pede Leonard Cohen na banda sonora ao mesmo tempo que se sucedem os movimentos de câmara a 360 graus - é um filme honesto e interessante. A forma como retrata a inconstância humana e o ciclo de repetições de comportamento a que as pessoas se sujeitam pela felicidade e realização faz-me pensar que qualquer das grandes decisões de vida que tomamos podem resultar no mesmo estado de espírito - no fim, é nele que reside o nosso conforto e não propriamente na mudança de rumo com que sonhámos.
Quente e luminoso, "Take This Waltz" faz-nos reflectir sobre as consequências dos relacionamentos de longa duração no amor, no sexo e na imagem que cada um tem de si. Pontualmente divertido, consegue uma profundidade e complexidade de carácteres muito à custa das interpretações de Williams, uma verdadeira mulher enigma, e de Rogen, possivelmente o marido mais gentil e tolerante que já existiu (ou vai existir).
Nota de curiosidade para a ligação do enredo a Portugal através da zona boémia e até um pouco fora de moda onde o trio amoroso reside, na baixa de Toronto. A casa de Margot e Lou revela, aliás, uma presença simbólica no filme, representando tudo o que o salão vazio de Margot e Daniel não é. E o carrossel... Que dizer daquele carrossel?
2 comentários:
Gostei muito... Já viste... Seria um filme que dificilmente iríamos ver com aquela tradução manhosa de título para PT. :)
Joana
Realmente! Por "Notas de Amor" se calhar não íamos lá... Mas talvez isto seja um pouco como arriscar catalogar a qualidade e interesse de um livro simplesmente através da capa :)
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