quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Eles que se reformem e elas que se candidatem

É velho e tem barba o ditado que atesta que "por detrás de um grande homem está sempre uma grande mulher". Mas depois do discurso de Michelle Obama na Convenção Nacional Democrática, transmitido por terras lusas durante a madrugada de ontem, pergunto-me se não estaremos diante da  mudança do paradigma.

Se há quatro anos Barack Obama fez história com a eleição para o cargo de todo-poderoso, hoje somos levados a equacionar que, sem a popularidade e appeal mediático da mulher, que deliberadamente o humaniza e aproxima do americano anónimo, a reeleição do Presidente dos Estados Unidos da América poderá facilmente ser posta em causa.

É interessante verificar como, no espaço de apenas algumas décadas, a importância política real - e não apenas como complemento diplomático - das esposas de homens com cargos de grande relevo e, genericamente, das mulheres um pouco por todo o mundo, tem evoluído. Desde sempre que me interesso pelos grandes momentos da política internacional e nunca como agora me apercebi tanto da relevância e incontornabilidade femininas em questões decisivas como o resultado de uma eleição presidencial.

Nomes como Eleanor Roosevelt, Elizabeth Bowes-Lyon, Jacqueline Kennedy, Eva Perón, Margaret Thatcher, Raisa Gorbachyova, Cherie Blair, Hillary Clinton persistem nas Wikipedias desta vida pelos mais variados motivos, fortemente "desligadas" dos maridos. A estas acrescem outras a quem nem se conhecem os respectivos - como Madeleine Albrigh, Condoleeza Rice, Angela Merkel, Dilma Rousseff, Cristina Fernández e outras - algo a que acho alguma piada.

O discurso de Michelle Obama é já considerado por alguns meios como o melhor já proferido até hoje numa convenção. Por conhecer estão as intervenção de Bill Clinton e o do próprio Presidente, no dia de fecho do evento. A ver vamos qual recolherá mais simpatia entre os indecisos. 
     

 

Sem comentários: