terça-feira, 4 de setembro de 2012

O problema é sempre a humidade

Tenho acompanhado com alguma curiosidade os desenvolvimentos da história que envolve o suposto restauro da pintura "Ecce Homo", não apenas pela invulgaridade do episódio, mas também porque espero a resposta à questão que desde logo se prevê: a trapalhada tem conserto?

Pelo que tenho lido, não obstante o desaire da octogenária responsável por tentar minimizar os efeitos da humidade na pintura, tanto a igreja em cujas paredes esta continua exposta, como a própria cidade - Borja - têm tirado proveito da infeliz iniciativa, sendo o número de visitantes e curiosos um dos principais indicadores do facto.

Consequência directa da rapidez estonteante com que tudo se promove com vista ao lucro nos dias de hoje, também a low cost Ryanair pretende encaixar algum com o dito "restauro", tendo anunciado hoje mesmo uma oferta especial de vôos a 12 euros com destino a Saragoça, a partir de qualquer aeroporto - Porto incluído - até Quinta-feira que vem.

O que eu gostava que me explicassem é o porquê de uma aberração destas ser considerada motor de potencial turístico enquanto tantas outras, essas sim, maravilhas da criação humana, não recebem qualquer tipo de promoção excepcional que impulsione a sua divulgação ou preservação.

Lembro-me de recentemente ter ouvido falar acerca de várias peças de elevado valor histórico e cultural expostas em museus gregos, agora deixadas à mercê de ladrões e coleccionadores menos escrupulosos, que vão tirando partido da falta de fundos para pagar a guardas ou seguranças que as mantenham "a salvo"...

Pensando bem, com o calor que lá faz, a Grécia não deve ser muito dada a humidades.

 
 

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