domingo, 20 de novembro de 2011

Acordar tarde é um luxo

Há quanto tempo existe tempo? Quem o inventou, na forma como o conhecemos hoje? Como ficámos tão dependentes de uma noção simultaneamente tão abstracta e tão exacta? Décadas, anos, meses, dias, horas, minutos, segundos... Tão desejado quando se antecipa algo bom; maldito quando o que é bom, já era. Até há bem pouco tempo - lá está ele - a confusão que me fazia andar sem relógio...

Pensar no tempo como moeda de troca não é assim tão descabido. Afinal de contas, é fatídico: todos tivemos um princípio e todos teremos um fim. Pelo meio ninguém sabe ao certo o que existe nem por quanto se prolonga, e talvez por isso pareça tão contra natura imaginar que tal possa ser manipulado.



Ocorrem-me rapidamente os títulos de várias películas onde a variável tempo constitui uma personagem em si: "Groundhog Day", com o mesmo dia a repetir-se vezes e vezes sem conta, com fins românticos, para Bill Murray e Andie McDowell; "Forever Young", no qual Mel Gibson interpreta um viajante no tempo dedicado à sua própria causa amorosa; "Sliding Doors", em que Gwyneth Paltrow vê a vida virada de pantanas quando apanha/deixa escapar um simples metro; "The Butterfly Effect", com um perturbador Ashton Kutcher a retroceder às origens; e mais recentemente, "In Time", com Justin Timberlake, AKA "Napster" e Amanda Seyfried, AKA "Mamma Mia Girl".

Nascer com 25 anos garantidos e negociar tudo o que possa vir depois, como se faz hoje com cartões, cheques, notas e moedas... Fazer cada segundo contar. Apenas quanto baste para apanhar o autocarro e chegar ao destino a tempo. Mais do que o suficiente e não saber o que fazer para o ocupar. Desperdiçá-lo da pior forma, desenhando um ponto final antes do contador chegar a zeros. Dormir até tarde... Inconcebível. Sogra, esposa e filha, aparentemente irmãs?! Tão esquisito soa quanto parece. Mas entretém.

2 comentários:

Luis Pakito disse...

quero ir ver este também. Aguardo os esgrimar e argumentos sobre o mesmo :)

Annouk disse...

Como imaginas, não é nenhuma maravilha da cinematografia, mas também não sais da sala com sabor a barrete!