sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Dormimos melhor quando não sabemos de histórias assim

A 11 de Setembro de 2001, 19 terroristas da al-Qaeda levaram a cabo o maior ataque terrorista da História. Nove anos, sete meses e três semanas depois, OBL (Osama bin Laden tal como referido no filme a que pretendo aludir) foi assassinado por forças especiais americanas num complexo em Abbottabad, no Paquistão, num ataque que teve lugar às 00:30 - zero dark thirty, de acordo com o jargão militar escolhido para nomear o mais recente trabalho cinematográfico de Kathryn Bigelow.

É precisamente sobre a ligação entre os dois momentos descritos acima que a fita se desenvolve até ao desfecho que se conhece. Muito no estilo machista de espionagem, "Zero Dark Thirty" não recebe qualquer nota de equilíbrio feminino da personagem de Jessica Chastain, a irascível agente da CIA que faz da captura do Inimigo Público Nº1 da América sua missão pessoal, mas que tanto aparece em campo de camuflado, como posaria para a capa da Vogue com os seus caracóis cor de fogo e óculos espelhados ao estilo aviador.



Ao que parece, o argumento desenvolvido por Mark Boal, ex-jornalista, mantém-se solenemente colado à versão dos acontecimentos provida pela CIA, a par de fontes anónimas a que Boal recorreu para imprimir veracidade ao filme, entretanto nomeado para o Óscar deste ano na categoria principal.

Mas se há uma conclusão que se retira da película é que a tortura, com "resultados" ou sem eles, está totalmente errada. Privação de sono, ruído branco, waterboarding, confinamento, posições de stress, está lá tudo. O visionamento das cenas que tanta polémica têm levantado sugere o inferno que é suposto, mas Bigelow consegue fazê-las parecer necessárias... Talvez o sentido de justiça saia reforçado mas a noção de certo seguramente não.

Sem comentários: