domingo, 27 de dezembro de 2009

Festa que é festa é com o "casal bomba"

Acho que é justo partilhar que nunca fui admiradora entusiástica de casamentos. A azáfama dos preparativos, o enfado do cerimonial, o convívio conpulsório com desconhecidos que em ocasiões "normais" não chegaríamos a saber que partilham a crosta terrestre connosco, o longo rol de rituais e etiquetas que somos levados a achar "divertidos"... E a prenda? O que é que lhes damos de prenda?

Seja como for, quando uma determinada idade chega - apercebo-me eu agora - passa a ser comum a convocatória para eventos do tipo. Familiares, amigos, até simples acompanhantes que não se atrevem a enfrentar tal circunstância sozinhos decidem fazer a chamada fuga para a frente e batem-nos à porta, com um envelope onde automaticamente vemos selado o nosso destino para "o" dia. E que longo dia é.

Bonita perspectiva. Quadradona? Desmancha-prazeres? Melhor ainda, encalhada?!?!

Ora, desde há um ano, mais coisa menos coisa, que partilhei dos desejos e ansiedades de uma noiva que, precisamente ontem, celebrou o fim da sua "vida em pecado" - não deixou de lembrar o padre, face ao quotidiano íntimo já partilhado com o agora marido - numa comemoração que, pasmem-se as almas, veio amenizar minha perspectiva sobre o tema. Já lá chego.

Antes disso, fora com as ilusões. Levantar de madrugada, deixando o quentinho aconchegante da cama, para cumprir com a agenda de penteados e pinturas faciais é, at the very least, tortuoso. Mas em dias como o de ontem, é o que, inexoravelmente, acontece. E podia terminar por ali, mas não. Depois da produção "cinematográfica" (esta com os devidos direitos de autor), vem a colocação desajeitada da farpela previamente deixada de parte e a saída, já em pressa. Destino: a igreja, onde chegamos atrasados porque nem à terceira foi possível dar com o sítio. Uma vez lá, apercebemo-nos rapidamente que fomos dos primeiros e eis que outro pensamento cliché nos assalta: "Ao menos não fui a última... Mas da maneira que isto está por compôr, não se almoça tão cedo...".

Passadas as leituras, o coro - sim, houve gospel - e a troca de votos, a chegada à quinta onde é servida a refeição de dia inteiro marca os primeiros cocktails e simultaneamente, o preâmbulo da parte engraçada do programa: as bebedeiras de caixão à cova, as figuras ridículas na pista de dança (ao som de indispensáveis êxitos de outros tempos) e os amassos imprevisíveis que, no dia seguinte, só os mais sóbrios recordam, mas não divulgam.

Tornando uma história longa um pouco mais curta - o casamento de ontem, teve tudo isto e alguns extras - as empadinhas de algas, o tornedó SEM queijo (só para mim) e a cascata de chocolate amargo foram, na minha opinião, surpresas genuinamente apreciadas. Afinal Deus existe. E chama-se Rita!

Mas regressando ao que importa, o certo é que este foi o primeiro e único casamento a que assisti no qual TODA a gente se divertiu e isso fez a diferença. As avós e as tias, mais ou menos brancas mas todas velhinhas, dançaram freneticamente "Sex Bomb", o amigo vindo de Itália saiu do baile com a camisa encharcada e os sapatos pendurados no ombro pelo atacador, os primos conheceram "jeitosas" a quem oferecer os malmequeres arrancados às floreiras e eu, anteriormente incrédula, percebi então o porquê do nome "casal bomba" para a dupla principal e o justificativo para ajuntamentos do género.

Muito obrigado pela partilha, Rita e João. Continuem tal e qual, estão em grande!

2 comentários:

Anónimo disse...

Aninhas, minha querida, que bom ler este post que, para alem de maravilhosamente escrito (como é teu habito) é um motivo de grande satisfaçao porque é o resultado de um ano de preparativos para um dia que passa a correr mas que pelos vistos nao passou indiferente aos nossos queridos convidados.
Obrigada pelas tuas palavras que o Joao e eu vamos guardar sempre no nosso coraçao, assim como a tua presença no casamento e o fantastico sms que me enviaste logo pela manha do meu dia, o dia em que fui mais feliz, o dia 26 de dezembro de 2009.
Besos
Rita

Anónimo disse...

ola menina tens uma bike muito gira :P mas gosto mais desse teu sorriso e da tua boa disposiçao com que andas de bike :) continua com esse teu sorriso lindo menina ;) beijinhos e temos que combinar dar umas voltinhas quando podermos :)